Nos últimos tempos estamos desenhando uma
imagem de Deus que tem que ser clamado muitas vezes para ser presente, um Deus
teimoso onde devemos ir ao templo várias vezes para atender as nossas preces,
um Deus não com problema de memória[1] e sim com problema de
audição.
Essa imagem a cada dia mais é reafirmada
pela nossa forma de fé, onde procuramos respostas imediatas para os nossos
conflitos, sem saber esperar o tempo de Deus. O nosso Deus não é um juiz de
futebol que é capaz de mudar sua opinião
através do grito, é capaz de mudar a opinião com uma indagação, como fez aquela
mulher que tinha sua filha para ser curada[2] ...
E a cada dia que passa, associamos a figura
de Deus ao templo, é óbvio que ele está no templo, mas é tão claro a sua
presença em uma mesa onde se espera um café, por que não estaria sentado
tomando um café? Acha mesmo que ele prefere roupas de gala e um trono
confortável, um Deus que se acostumou com a Cruz, a cruz das nossas incertezas
por ele. Apenas se senta para estar e
dar algumas direções, com um olhar sempre mais amplo que no nosso, sempre no
necessário, sempre para o outro.
A imagem de um Deus belo por fisionomia,
pode até ser retratada muitas vezes com o nosso padrão de beleza estabelecido,
mas qual era a cor da pele dos olhos de Jesus? Da mesma cor daquele que recebe
seu consolo, pois ele se senta conosco todos os dias para apreciar um bom café,
ele até nos acorda: -Anda meu filho, hora do trabalho.... Hora de estudar
menino, apronta o café para tomarmos juntos, para celebrar mais um dia comigo.
Muitas vezes ele espera até o jantar, mas
ninguém o percebe, nem na hora do café, pois ninguém o serviu. O que temos
deixado para Jesus: uma xícara limpa e um café pronto, ou o resto do pó a
espera que ele lave toda a sujeira ?
Cappuccino
ou Expresso ?
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