“Bem conheço os desígnios que mantenho para convosco - oráculo do
Senhor -, desígnios de prosperidade e não de calamidade, de vos garantir um
futuro e uma esperança. Invocar-me-eis e vireis suplicar-me, e eu vos
atenderei. Procurar-me-eis e me haveis de encontrar, porque de todo o coração
me fostes buscar.” (Jeremias 29, 11-13)
Após encerrar uma semana muito intensa, de muitos questionamentos,
desafios e algumas decisões, durante a missa dominical o Senhor me fazia
lembrar da primeira parte do versículo que citei acima. Comecei a trazer à
memória todas as inquietações da semana e algumas outras situações. Pude então
compreender que eu não estava enfrentando tudo sozinho, que todo o cansaço
acumulado até a sexta-feira não era resultado de uma “batalha individual”, pelo
contrário, era uma “resposta palpável” de um pedido feito a Deus, de uma decisão
pela submissão aos planos dEle.
Sou como você irmão (ã), estamos na busca, temos nossos defeitos e qualidades,
vivenciamos uma luta diária e por nossas forças apenas não conseguiremos muito
êxito. Então como fazer? Qual o caminho para não sucumbir no combate?O Profeta Isaías no capítulo 55, versículo 6 nos dá uma grande
alternativa: “Buscai o Senhor, já que Ele se deixa encontrar; invocai-o, já que
está perto.”
Daí você pode me dizer: - mas eu já O tenho buscado e continuo
buscando!
Eu te responderei: - Eu também estou na mesma busca!
Pois bem, que bom que estamos na mesma busca, que podemos ser suporte um
para o outro e para tantos outros irmãos e irmãs que partilham da mesma busca.
Mas será que apenas buscar é o bastante? Afinal, somos seres da falta, pessoas
incompletas, logo, vivemos em constante busca. Será que de fato buscamos a Deus
com todas as consequências desta busca ou estamos buscando as coisas que
imaginamos que vamos “conseguir mais fácil” se estivermos “próximos de Deus”?
Já se questionou sobre o que Deus quer para a tua vida? Já se perguntou
o porquê de algumas inquietações? Chegou a se perguntar se é isso mesmo o que
Ele quer para ti? Você tem a coragem de submeter a tua vontade e vida à vontade
de Deus?
Nos acostumamos a nos favorecer em relação aos planos de Deus, de forma
que os nossos sonhos, nossos critérios e exigência tomam o lugar do que, de
fato, está reservado para nós, do que é designío dEle. O profeta vai dizer: “...desígnios
de prosperidade e não de calamidade, de vos garantir um futuro e uma
esperança...”. Por que então não conseguimos tomar posse desses desígnios?
Nossas concepções de liberdade e felicidade encontram-se distantes da noção
de submissão, confiança e obediência; o Amor deixou de ser a nossa bússola em
um mundo de tantos descaminhos. Nos acostumamos com a figura de um amor que pede antes
de dar, que se entrega apenas à medida que recebe, que se submete apenas para
obter vantagem ou para evitar a perda, que confia apenas em si, vamos nos
enchendo de autossuficiência e nos afastando cada vez mais dos nossos
desígnios. Buscamos o verdadeiro Amor e este é um passo de grande coragem, que nos
exige confiança e submissão. Em Deus aprendemos que fazer-nos submissos, ao
contrário do que vemos no mundo, não é sinônimo de inferioridade ou menosprezo,
mas é sinal de uma entrega total ao Amor que nos promete um futuro e uma
esperança. Que o Espírito Santo nos conduza e fortaleça todos os dias, para que
com ânimo renovado, busquemos cada dia mais realizar em nossas vidas os sonhos
que Deus sonhou para nós.
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