quarta-feira, 17 de junho de 2015

A pornografia me ensinou a amar


Parece estranho, mas sim: a pornografia ensinou-me e tem ensinado muitos jovens a amar. Com ela aprendi a amar o corpo, a amar consumir o corpo. Aprendi a amar meus desejos e amar satisfazê-los, seja como for. Aprendi a amar a mim, meu umbigo e meu pênis. Aprendi.

Aprendi também que o sexo em nada tem haver com amor. Que bom mesmo seria rolar algo tipo: 
  - Oi gata, vim entregar uma pizza.
  - Hum que bom, estava com fome.
   - Vamos transar? - Vamos!
E pronto, a mágica estava feita. Sem apego, sem sentimento, sem envolvimento e melhor: sem ter que se doar, afinal eu quero o meu prazer.

É assim que nossa juventude tem aprendido a amar. Seja na pornografia explícita em sites ou filmes, ou na implícita em cada cena de novela. E cada dia mais normal. Mais usual. A pornografia virou proposta pedagógica de alguns pais para ensinar sexualidade a seus filhos. E assim vamos vivendo e amadurecendo. Somos levados a crer que as relações duradouras são as que tem boa cama, e que o amor é expresso em quantas vezes atingimos o clímax sexual. A pornografia me ensinou o que é amor. Amor de aluguel. Amor de papel. Amor de... bem, isso é qualquer coisa, menos amor.

Quando me deparei com o que estávamos nos deparando e como somos condicionados, me vi cercado: por um lado o mundo sexualizado e de outro a pornografia ensinando a amar. Não é preciso muito pra ver que esses lados se aproximavam como paredes daquelas armadilhas de filme americano. E sabemos bem o que acontece com quem fica no meio delas.

Foi aí que o preguinho salvador que calçava um dos lados e o impedia de prosseguir com o iminente esmagamento foi a pureza. Ao me deparar com a beleza que ela trás e com o escudo que ela se torna, vi que havia uma esperança, que havia um caminho.

A pureza pode estar bem demodê para alguns, mas para os que entendem sua beleza é como dar a sua noiva um belo anel de diamantes ao pedi-la em casamento: clássico e lindo! É ela, e somente ela, quem pode nos apontar o caminho para o amor. Ela não é a bruxa má que proíbe tudo, ou a madrasta que impede a felicidade instantânea. Ela é o lenhador, que no último instante nos retira das entranhas do devorador. É ela quem guarda o amor do egoísmo, do vontadísmo e todas as outras doenças sexuais corruptíveis.

Ao conhecer a pureza conheci os olhos da minha namorada, o sorriso e seu jeito de falar. Seu jeito de dançar quando come algo gostoso e as expressões céticas a cada caso médico mal explicado em testemunhos por aí. Na pureza eu conheci seus sonhos de ter filhos e perceber que não é tempo de treinar fazê-los, é tempo de treinar-nos para ser bons pais, e isso passa longe da cama. Ao entender a pureza e sua função de protetora, pude olhar com outros olhos para a mais bela criação de Deus: a mulher. Poder ver em cada rosto belo e corpo desenhado a mão de Deus e a beleza contida antes n'Ele. Contemplar a dignidade de filha e querer engrandecer o nome do Criador por tamanha beleza. E mais que isso, entender que essa beleza foi feita para ser zelada, cuidada, guardada e não consumida. Eu devo ser aquele que protege e não aquele que destrói.

Sendo assim, somos levados a entender que a pornografia nos ensinou a amar a nós e a pureza pode nos levar a amar o outro. A pornografia nos leva a consumir e pureza a guardar. A pornografia nos faz querer se engalfinhar e a pureza a se relacionar. A pureza nos trás de volta o olhar que a pornografia roubou e o sentimento que não existiria se eu visse apenas bundas, pernas e peitos.

Se a pornografia também te ensinou tantas coisas, ore a Deus para que a pureza lhe reeduque. Que Ele possa suscitar em teu coração o verdadeiro sentimento, roubado pelo sexo explícito e descontrolado. Peça a Deus que a pureza e a claridade do Teu Santo Espírito possa, antes de mais nada, lhe trazer de nova a condição original: imagem e semelhança de Deus. Que Ele lhe traga primeiramente o dom de amar: amar a pureza

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