sábado, 20 de junho de 2015

Um amor que protege...


     Retomando a ideia do corpo com templo do Espírito Santo, te convido a pensar conosco o quanto esta ideia e a vivência da mesma podem ser determinantes na construção de relações saudáveis ao longo de nossa história. No momento em que nos apropriamos deste Santo Espírito que habita em nós, ou seja, quando assumimos as consequencias de viver de acordo com a vontade de Deus para nós, a nossa forma de ver as coisas que nos rodeiam muda, de forma que certas coisas que antes não faziam sentido, passam a fazê-lo, o que também acontece no sentido contrário.
     O que é válido perceber a priori, é que não estou falando de coisas mágicas, que acontecem instantaneamente, mas de um processo, uma caminhada, onde um passo após o outro vamos nos movendo, nos distanciando de alguns conceitos, práticas e caminhando em direção a outros. O que começa a fazer a diferença e o que vai nortear esta caminhada é a forma como se vê e a disposição em lutar pelo Espírito Santo, do qual você é templo!
     A lógica da sociedade contemporânea é a agilidade, a rapidez. Informações em tempo real, o mundo que se aproxima num clique, fast foods, a tecnologia diminuindo distâncias, etc., tudo isso é muito bom e útil, de forma que já não conseguimos pensar nossa vida sem tais avanços. Mas o outro lado desta "moeda" é que em meio a tanta velocidade e agitação, acabamos por perder nossas referências, a noção de quem somos essencialmente. Construímos perfis, publicamos imagens que dizemos ser nossas, mas se pudéssemos fotografar quem somos de fato, seriamos capazes de nos reconhecermos numa foto?
     Pensar-nos como templos do Espírito Santo significa que, em última análise, cotidianamente nos relacionamos com o "sagrado" que também habita no outro. Imagine-se responsável pela guarda de um tesouro precioso, uma grande responsabilidade, não acha? Pois este é o nosso grande desafio e responsabilidade nos dias atuais, ao passo que o próprio Espírito nos capacita, basta-nos deixá-lo agir em nós.
     A partir do momento em que nos reconhecemos e nos apropriamos de quem somos, temos a condição de reconhecer o outro e o seu lugar em nossa vida, bem como a condição de zelar por ele e glorificar a Deus não apenas em nossos corpos, mas também em nossas relações. Não quero com isso restringir à relações de namoro, noivado ou casamento, mas digo sobre as relações em geral. Glorificar a Deus em nossas relações é zelar pelo outro e pelo que há de sagrado nele. É cuidar, proteger, ouvir, acolher, relembrar a todo momento que somos receptáculos de uma graça maior, de um dom que nos faz pessoas novas a cada dia.
     Zelar pelo outro, independente do lugar que ele ocupe em nossa vida, é cuidar de forma desinteressada, é uma experiência abnegada de amor, que fortalece a certeza de que há um amor maior em nós, que anseia se expandir, tomar todas as nossas possibilidades de ação e reação. Portanto, amemo-nos e deixemo-nos amar através do zelo para com o próximo, certos de que também desta forma estamos glorificando a Deus com nosso corpo.

Higor Pontes

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