domingo, 12 de julho de 2015

Gestando Esperança

Vós, que temeis o Senhor, esperai em sua misericórdia, não vos afasteis dele, para que não caiais;
Vós, que temeis o Senhor, tende confiança nele, a fim de que não se desvaneça vossa recompensa.
Vós, que temeis o Senhor, esperai nele; sua misericórdia vos será fonte de alegria.
Vós, que temeis o Senhor, amai-o, e vossos corações se encherão de luz.
Considerai, meus filhos, as gerações humanas: sabei que nenhum daqueles que confiavam no Senhor foi confundido.
Pois quem foi abandonado após ter perseverado em seus mandamentos? Quem é aquele cuja oração foi desprezada?” (Eclesiástico 2, 7-12)
Partindo deste texto bíblico, gostaria de escrever um pouco sobre a espera. Uma palavra tão falada ultimamente, hoje mais que uma palavra, um propósito, uma “filosofia de vida”. Vejo muitas pessoas dizendo que estão “esperando no Senhor”, mas o que é esperar? Até onde vai essa “espera”?  Esperar o que? Quem? Quando? Onde? Já parou para pensar sobre isso?
Segundo o dicionário: “Ficar em algum lugar até que chegue alguém ou alguma coisa que se tem como certa ou provável; Aguardar; Contar com; Ter esperança; Supor, ter satisfação em acreditar; Confiar.”, são significados de esperar, que nos conduzem à noção de que esperar é verbo que demanda paciência e resignação da parte de quem espera, vai além de um tempo ou estágio, pois tem como objetivo nos aproximar de nós mesmos e da essência que é o Amor!
O tempo de espera não é uma condição em si para se chegar a um relacionamento, ou seja, embora seja um tempo necessário a se vivenciar e de grande crescimento, não basta dizer aos “quatros ventos” que você está neste tempo, bem como não adianta vivenciá-lo de qualquer forma e achar que “OK, Senhor! Estou pronto! Pode enviar meu José (ou minha Maria). Amém!” Nossa espera, quando bem vivida alcança o outro, quando algumas questões em nós foram resolvidas, curadas e amadurecidas; mais que um processo externo, este tempo é primeiramente uma vivência pessoal, um tempo de olhar novamente para si, muitas das vezes até juntar os “cacos” do que sobrou, optar por um novo caminho, tempo de reunir forças, dar o último “gás” em prol de quem realmente vale a pena: “você”, com a ajuda de quem mais te ama nesse mundo: Deus. 
Quanta riqueza este tempo pode nos proporcionar!
O tempo de espera faz de nós “gestantes da esperança”, pois há em nós amor e força necessários para transformar o mundo a partir da nossa decisão de viver segundo a vontade de Deus, porque Ele deu-nos a possibilidade de realizar os sonhos que Tem para nós. Gestar a esperança é cuidar e nutrir o amor em nós, é deixar-nos encontrar por Deus e vivenciar Sua misericórdia, perceber que os Seus desígnios a nosso respeito são de vida e reconhecer que Seu Amor nos foi dado como dádiva para nos dignificar.

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